segunda-feira, 25 de julho de 2016

INTESTINO NEUROGÊNICO

Bom dia galera. Hoje estamos trazendo uma matéria super legal sobre intestino neurogênico. Este material foi produzido pela nossa enfermeira e mielo Alice. Obrigado querida pela dedicação à este blog.
 
Matéria de Alice.
INTESTINOS

Os intestinos são, na verdade, dois órgãos bem distintos, que atuam em conjunto, combinando ação muscular e enzimática, para a finalização do processo de digestão, e na formação e eliminação das fezes.

Intestinos versão “normal”

 

Logo após o bolo alimentar passar pelo estômago, é no intestino delgado que ocorre a principal parte da digestão. Ao longo dos seus 7 a 8m, ocorre um complexo processo mecânico e químico de quebra e absorção de quase todos os nutrientes disponíveis, com exceção da água, que atua como um facilitador. Este processo é, também, muito potencializado pelos 3cm de diâmetro, e especialmente pelas inúmeras pregas presentes nas paredes do órgão (vilosidades e microvilosidades), as quais aumentam de forma espantosa a área de contato com o alimento. Rapidamente forma-se uma pasta fermentada de bactérias, fibras vegetais e detritos, que segue viagem rumo ao Intestino Grosso.   
    

Medindo cerca de 1,5m de comprimento e 6cm de diâmetro, o intestino grosso é responsável pela absorção da água, e pelo armazenamento e eliminação dos resíduos digestivos. No cólon descendente, que corresponde ao terço final, mais ou menos com 25cm, e localizado à esquerda, é onde bolo fecal permanece estagnado por muitas horas, e onde perde mais água com o passar do tempo. Como o trânsito é lento, glândulas tem a função de secretar muco e facilitar a passagem do bolo fecal, que preenche a curva sigmóide, utrapassa a barreira do esfíncter interno – involuntáro – e, só então, chega ao reto, vence o esfíncter externo –  ânus, parcialmente voluntário - e é eliminado. (esfíncter: anel muscular que funciona como válvula de regulação para a passagem do conteúdo de um órgão).



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Intestinos Neurogênicos

Quando se fala em “intestino neurogênico”, o foco está quase sempre voltado para o processo de eliminação, uma vez que a digestão, realizada no intestino delgado, em pouco, ou em nada é afetada pela lesão medular. Já esta é uma situação bastante presente, independente da causa relacionada ou altura da lesão, e gera alta prevalência de queixas gastrointestinais e impacto negativo na qualidade de vida. O aporte nervoso requerido pelo sistema excretor, e que pode estar lesionado, envolve diferentes vias em diferentes alturas do sistema nervoso central. Ao mesmo tempo, há uma autorregulação, neurológica e endócrina (hormônios).

   
           
Existem basicamente dois tipos de intestino neurogênico:

  • Espástico ou Reflexo:
Os movimentos intestinais (peristalse) estão preservados, mas a informação de plenitude do cólon sigmóide e reto não chega ao cérebro. A abertura do esfíncter interno acontece de forma reflexa, mas o externo permanece fechado até que as devidas manobras sejam efetuadas.

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  • Flácido ou arreflexa:
Observa-se a redução da peristalse, e da resposta de ambos os esfíncteres, que tendem a permanecer abertos, possibilitando o esvaziamento repentino do reto.

O Manejo do intestino neurogênico

Um programa de reeducação intestinal bem planejado visa prevenir tanto a constipação quanto os eventos intestinais não planejados, levando ao retorno do controle da função corporal e social adequados. Corresponde a um planejamento global de todos os aspectos da vida cotidiana, incluindo Dieta, Ingesta hídrica, Atividades, Medicações, Freqüência e Regularidade das evacuações em quantidade adequada, e Uso de técnicas programadas e auxiliares para o funcionamento intestinal. Entende-se como evacuação adequada, aquela que resulta em esvaziamento completo, desde o cólon descendente, sem a ocorrência de lesões, e em um tempo admissível dentro da rotina diária.
Começa com uma massagem abdominal que estimula e acelera a peristalse, sendo aplicada força vigorosa a ponto de gerar uma sensação de aquecimento local sem, no entanto, danificar a pele ou pressionar superfícies ósseas. A automassagem é recomendada em duas sessões diárias, de 20 a 30 minutos cada, em movimentos circulares da direita para a esquerda. A posição sentada, ou deitada sobre o lado esquerdo, ajuda a relaxar e abrir o esfíncter anal externo, alinhar o reto e desencadear a peristalse. O assento mais adequado para este momento é desenhado para que, além disso, haja uma projeção e alinhamento do reto, somada à compressão das nádegas.
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Acrescentando eficiência às manobras abdominais, realiza-se:

  • Estimulação mecânica delicada, com um dedo ou um instrumento próprio devidamente enluvado e lubrificado: dígito-anal (ao redor da região anal), seguida da dígito-retal intermitente (em direção ao umbigo), de duração máxima de um minuto, cujo resultado é a  evacuação manual.

  • Estimulação química, com medicações laxantes orais, supositórios, ou enemas, são recomendadas em situações especificas, levando-se em consideração o risco para diarréia, desidratação, flatulência, distúrbios de sais minerais e insuficiência renal e dor abdominal. Dentre as complicações crônicas, a mais preocupante é a dependência de laxantes. Os laxantes irritativos ou estimulantes produzem seu efeito como resultado de estimulação da contratilidade do intestino. Como resultado desse mecanismo de ação, produz algum grau de lesão neurológica no intestino. Também, alguns tipos de laxantes prejudicam a absorção de determinados medicamentos.







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