terça-feira, 12 de julho de 2016

Síndrome da Medula Presa

Pessoal, hoje vamos falar um pouquinho sobre a síndrome da medula pressa ou ancorada.

Este material foi realizado pela nossa amiga mielo, a enfermeira Alice. O Conversando sobre mielo agradece sua dedicação e carinho pela nosso grupo.


                         Síndrome da Medula Presa
ou
Síndrome da Medula Ancorada

Do inglês, "the tethered spinal cord", a antes denominada “síndrome do filum terminale”, está associada a praticamente todos os casos a espinha bífida. Caracterizada pelo espessamento e encurtamento do apêndice em formato de cordão normalmente localizado na porção final da medula (cone medular), o que impede a sua ascenção normal no processo de desenvolvimento. Com o cone anormalmente baixo, há o tracionamento da medula e sua consequente isquemia (circulação sanguínea insuficiente).

Também contribui para este quadro, o fechamento imediato da abertura que expõe a medula, que inclui o manejo da dura-máter (a mais externa das meninges), geralmente insuficiente para tal operação. A cicatriz fixa a medula espinhal, em um processo que também pode envolver outras estruturas inelásticas, incluindo aderências de pele, lipoma (gordura), e as anomalias de separação da medula espinhal (quando existem hemi-medulas). O "Padrão ouro" para o diagnóstico de medula ancorada é a Ressonância Nuclear Magnética, mas a Tomografia Computadorizada também tem sido utilizada.



Com o aumento da expectativa de vida dos pacientes com Espinha Bífida, o enfrentamento de questões por vezes progressivas, se torna cada vez mais comum. A Síndrome da Medula Presa (SMP), ou Síndrome da Medula Ancorada (SMA), é uma dessas questões e, apenas recentemente, foi reconhecida como foco de estudos. No entanto, apenas evidências radiográficas não justificam a intervenção cirúrgica. A SMP propriamente dita se estabelece com a presença dos sintomas, e varia de 20 e 55% dos casos, sendo prevalente em pessoas com lesões mais baixas, na proporção de 10 a 30%.

O diagnóstico é de fácil estabelecimento, diante da pessoa com o quadro de Espinha Bífida que apresente distúrbios neurológicos e/ou ortopédicos progressivos, em especial aqueles intensificados após um estirão de crescimento. Tais sintomas se apresentam com aumento da fraqueza muscular, piora na marcha, alterações e dores nos membros inferiores, dores lombares e deformidades ortopédicas, escoliose, pé cavum (torto) e/ou alterações esfincterianas.

O tratamento.cirúrgico, caso seja instituído em tempo hábil, até mesmo na vida intrauterina, é considerado simples, e com expectativa de cura sem seqüelas, ou, no mínimo estabilização do quadro. Outros achados comuns no exame físico incluem perda sensorial, hiperreflexia, espasticidade, espasmos clônicos (convulsões), e sinal de Babinski em crianças que, usualmente, já perderiam tal reflexo. No entanto, estes sinais e sintomas podem não ser evidentes até a disfunção estar avançada.

As causas da Síndrome, tal qual ocorre com a Espinha Bífida, não são bem definidas, com hipóteses em torno do déficit nutricional (em especial do ácido fólico), anormalidades cromossômicas e/ou genéticas e múltiplos fatores ambientais Uma equipe multidisciplinar é fundamental, tanto para o diagnóstico precoce da Síndrome, quanto para o manejo pós-operatório, visando à manutenção/recuperação das funções motoras envolvidas.






BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS

Nenhum comentário:

Postar um comentário